terça-feira, 7 de agosto de 2007

Invenções.




Conheça o tamanduá-robô.




Ele não é de carne e osso, mas será capaz de demonstrar emoções. Venham, meninas e meninos, conhecer mais uma novidade da robótica, a ciência responsável por criar e construir robôs. Trata-se de uma invenção inspirada em um animal selvagem das florestas e savanas das Américas Central e do Sul muito comum no Brasil. Uma criação que não tem nada de carne, nem de osso, mas pode ser, no futuro, usada como um bicho de estimação. Estamos falando do tamanduá-robô, um robô interativo que está sendo desenvolvido no Instituto de Artes e no Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília. “O robô, batizado de Amiko, é uma obra de arte robótica que não tem prazo de conclusão. Ele será aperfeiçoado com o passar do tempo, assim como ocorre com a própria evolução dos seres vivos”, conta Christus da Nóbrega, autor do trabalho de pesquisa que deu origem ao projeto. Quando estiver pronto, o tamanduá-robô será capaz de reagir com emoções e atitudes diferentes, como raiva, tristeza e alegria, combinando tudo isso com movimento. O invento poderá, por exemplo, seguir alguém com quem estiver brincando, ou se afastar de algo que o incomoda. A inteligência do robô estará na sua capacidade de aprender a se relacionar com as pessoas.

As posturas programadas para expressar os estados emocionais do tamanduá-robô são: neutro, alegria, tristeza, raiva, medo, dormindo. A cor dos olhos também mudará de acordo com o sentimento. (Créditos: Christus da Nóbrega).“O tamanduá-robô está programado para adotar algumas posturas consideradas universais pelos pesquisadores entre os animais, como abaixar a cabeça quando estiver triste. Se estiver com raiva, por exemplo, ele testará diferentes sons e posturas até encontrar a melhor forma de transmitir seu sentimento para as pessoas”, explica Christus. ( Clique aqui e assista a uma animação que mostra o tamanduá-robô em ação) Para demonstrar emoções, o tamanduá-robô terá alguns recursos tecnológicos. Os pêlos que apresenta nas costas, por exemplo, lhe permitirão sentir um toque e diferenciar uma carícia de um tapa. Além disso, ele será capaz de emitir e identificar sons específicos e verá o mundo através de uma câmera, de forma a identificar a luminosidade e reconhecer as pessoas. No futuro, a idéia é que ele também possa associar um determinado indivíduo com as informações de um histórico. Portanto, muito cuidado ao puxar o rabo do tamanduá: ele poderá guardar mágoa de você. Ninguém, porém, precisa se preocupar com um possível ataque do tamanduá-robô. Isso porque ele é dócil e só reagirá com sons e posturas. Além disso, as pessoas que ficam entediadas com coisas previsíveis também não têm razão para achar que logo enjoarão desse animal de estimação robótico. O tamanduá-robô será programado, assim como já é feito em alguns videogames, para, às vezes, agir de forma inesperada, tornando-se mais interessante. O tamanduá-robô ainda não está nas lojas, e nem há previsão de quando isso vai acontecer. Tudo irá depender de empresas que quiserem investir no conceito. No futuro, sistemas assim poderão ser utilizados em máquinas, eletrodomésticos e até brinquedos inteligentes, desenvolvendo, cada vez mais, o antigo sonho de robôs e pessoas interagirem.


Felipe Caruso Ciência Hoje das Crianças 27/07/2007